pra pensar

“ o passado é meu algoz, não me permite o retorno, mas o presente levanta generosamente meu semblante descaído e me faz enxergar que não posso mudar o que fui, mas posso construir o que serei. Podem me chamar de louco, psicótico, maluco. Não importa. O que importa é que, como todo mortal,um dia terminarei o show da existência no pequeno palco de um túmulo, diante de uma platéia em lágrimas.
Augusto Cury

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A cultura da cerveja e a hipocrisia





Seguidamente ouço pessoas fazerem brincadeiras com o hábito do consumo de cerveja; fazem piadinhas, comentam a respeito e chegam ao ponto de enviar mensagens de e-mails com apresentações de slides (PPSs), cujo teor tematiza a cerveja; desde a plantação e o beneficiamento da cevada; sua fabricação e cuidados na produção do ‘precioso líquido’ e enaltecendo o hábito de bebê-la, como se estivessem comentando a respeito de um delicioso e saudável suco de frutas ou um não tão saudável, mas ainda assim, menos nocivo, refrigerante.

Se a mesma brincadeira fosse feita em relação a uma substância como a Cannabis Sativa (maconha), no entanto, a hipocrisia se revelaria de imediato e o ‘piadista’ correria o risco de ser expulso do grupo ou execrado de seu direito de fazer piadas e drogas de teor mais elevado, então, são proibidas, veementemente, de terem seus dias de piada, quanto mais, horas, minutos ou sequer segundos.

No início dos anos 90, durante o curto período de liberdade, conquistado após o fim da Ditadura, quando o politicamente ‘correto’ ainda não havia tomado conta, era possível conviver com o escracho e havia até uma grife que brincava com o tema.

A recente lei, conhecida como ‘Lei Seca’, provocou um debate a respeito da tolerância mínima de álcool que alguém pode ingerir antes de dirigir e, ao mesmo tempo, está proporcionando uma conscientização maior na questão da soma dos fatores álcool + direção e obtendo uma aprovação muito grande por parte daqueles pais que dificilmente conseguiam impedir os ‘filhinhos’ de sair à noite para beber e dirigir, usando ‘apenas’ sua autoridade de pais e trouxe à tona a questão do cumprimento da lei, devido aos rigores de sua fiscalização, apreensão e penalização.

A questão da hipocrisia quanto à diferença feita por algumas pessoas em relação ao uso de drogas ditas ‘licitas’ e as ‘ilícitas’ não ajuda em nada para minimizar o grande problema que o álcool e as drogas causam naquelas pessoas que não sabem seus limites e exageram nas doses.

E quando a questão atinge os menores de idade, chega às raias do ridículo, pois há leis que proíbem menores de comprar bebidas alcoólicas e até uma (municipal) que obriga a fixação da lei maior, em forma de cartaz, mas nenhuma que os impeça de consumir. Sem contar o fato de que não há fiscalização.

Nenhuma das leis é respeitada, pois, a quantidade de menores (até abaixo de 14 anos) nas festas é grande e até, em alguns casos, fazem questão de tirar fotos ao lado do aviso, com uma latinha de cerveja na mão, para tripudiar da lei.

Os próprios pais são consumidores vorazes de cerveja como se fosse refrigerante e há os anúncios na TV, em horário da manhã, meio-dia, tarde e noite e sempre associando o hábito com algo saudável, como o esporte, por exemplo. Quando não patrocinam esportes.

O assunto cabe ainda para outra reflexão que é a hereditariedade do hábito de consumir bebidas alcóolicas, passada de pai para filho e incentivada pela religião católica em seu próprio ritual (missa), quando menciona a parte do vinho. Isso, sem contar as festas na própria comunidade, regada a vinho, cachaça e cerveja, sem restrições e onde os jovens ‘aprendem’, desde cedo, que quem não bebe não é ‘homem’.


texto extraído http://www.noticiascanabicas.blogspot.com/

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